segunda-feira, 13 de junho de 2011

Beatriz

Ela olhou-se mais uma vez no espelho. Os cabelos negros estavam presos em um coque, com apenas alguns fios soltos na nuca. O vestido azul não tinha mangas e descia até os seus tornozelos. A maquiagem estava quase perfeita e precisava só de um último retoque.

Virou-se para pegar, em cima de sua cama, o estojo de sombras coloridas em meio a uma grande variedade de objetos, desde perfumes até livros. Organização não era mesmo o seu forte.

Em sua velha vitrola, a agulha deslizava sobre um disco de Billie Holiday.

De repente não mais fitava a sua figura no espelho, e um filme começava a desenrolar-se em sua mente.

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- Beatriz, minha filha querida, você sabe por que tem esse nome?

- Não, papai. Não faço ideia.

- Houve um homem brilhante, um italiano que viveu há muito tempo atrás, chamado Dante Alighieri. E ele amava uma mulher, acima de todas as outras coisas e a ela dedicava o que escrevia, assim como muitas vezes escreveu inspirado pelo amor que nutri por ela. Era assim também que eu amava a sua mãe, querida... Você adivinha o nome dessa moça?

- Beatriz!

- Isso mesmo, querida! E por isso vou lhe dar este livro. Chama-se “A Divina Comédia”. Mas só quando você for um pouco mais velha vai poder compreendê-lo. Agora você é apenas uma menina de oito anos... Portanto trouxe este outro também.

- Reinações de Narizinho... É bom?

- Beatriz, isso você é quem vai ter de descobrir.

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- Ei, Bea! Não é hoje que você vai se inscrever pra prestar vestibular?

- Sim, Rob, é hoje sim. Nem chegou a hora da prova ainda e já estou nervosa, pode?

- Mas, o que você vai fazer? Medicina? Direito, quem sabe?

- Rob, não se faça de tonto. Você bem sabe que eu quero fazer Letras desde que comecei o Ensino Médio. Aliás, acho que já nasci com esse pensamento.

- Sim, Bea, eu sei. Mas é que sei lá... Letras? No que você vai trabalhar?

- Olha, posso fazer muitas coisas. Mas o que eu quero mesmo é ser uma boa professora, fazer com que meus alunos amem os livros da maneira que eu amo, que sejam seres pensantes, que não reproduzam a mediocricidade que a mídia promove tanto hoje em dia.

- Ok, ok, Srta. Bea, você me convenceu. Boa sorte.

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- Alô, Rob?

- Quem é que... Bea, é você?

- Sim, sim, sou eu. Desculpa, eu sei que são três horas da manhã, mas acontece que o resultado do vestibular saiu e... eu passei, em primeiro lugar, Rob, sabe o que é isso?

- Minha nossa, Bea, achei que fosse algo ruim e... Ei, você disse o quê? Isso é maravilhoso! Espera que em 10 min, eu chegarei aí!

- Não, Rob, espera, eu só... Ih, desligou.

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- Elizabeth, por favor! Vamos chegar atrasadas pra aula.

- Não seja estraga-prazeres, Bea! Só quero dar uma passadinha no prédio da História, os caras ali são o máximo!

- Beth, hoje tem prova você ficou louca?

- Bea, você me decepciona! Depois que começou a namorar aquele Bob...

- É Rob!

- Que seja! Você se tornou uma chata, não sai mais, não paquera, não curte a vida. Meu Deus, Bea, o livro preferido do cara é Guerra e Paz!

- Eu gosto de Guerra e Paz.

- Eu sou muito mais qualquer coisa que o Balzac tenha escrito.

- Beth, vamos, ok? Hoje tem prova sobre “Os Sertões”...

- “Os Sertões”? Eu li “Grande Sertão Veredas”, será que adianta?

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- “People talking without speaking, people hearing without listening...”

- Ei, senhorita Simon & Garfunkel, está pronta?

- Rob, espera um pouquinho! Eu adoro escovar os cabelos ouvindo “Sound of silence”. Sinto-me tão cinematográfica...

- Você não tem mesmo jeito, não é, querida? Sinto atrapalhar sua tentativa de conquistar o Oscar, mas acontece que a reserva foi feita para as oito e meia.

- Desculpe-me, amor. Acontece que eu passei a tarde digitando preparando os planos de aula da semana... Acabei perdendo o horário. Pronto, viu só? Acabei. Vamos.

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- Júlio César?

- Sim, filha, é meu livro favorito de Shakespeare. Eu destaquei um trecho, veja. Quero que sempre se lembre de mim ao lê-lo. Pense nele como um conselho de pai.

- Obrigada, papai! Eu amo você, muito! Ah, aqui está, vamos ver: “Há uma maré nos casos dos homens...”

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- Ah, Rob! Aqui está o seu livro... “Para viver um grande amor”, não? Vinicius de Moraes, poxa, quem diria! Você lendo poesia...

- Bea, eu quis que você viesse até a biblioteca comigo por quê... Olha, vamos sentar naquela mesa logo ali.

- Certo, então...

- Abre na página 34. Lê a partir da terceira estrofe.

- Vejamos, aqui, página 34, e... Terceira estrofe:

Ah, quem me dera ver-te

Sempre a meu lado

Sem precisar dizer-te

Jamais: cuidado...

Ah, quem me dera ver-te!

Ah, quem me dera ter-te

Como um lugar

Plantado num chão verde

Para eu morar-te

Morar-te até morrer-te...

- Rob, o que...

- Bea, você quer ser a minha Julieta? Quer dizer sem a parte de morrer jovem, e também sem fórmula pra fingir a morte, com o padre e tal. E também sem inimizades de família e também não é Verona...

- Romeu, Romeu, cale a boca! É claro que eu aceito! “Jura-me somente que me amas e não mais serei uma Capuleto.”

- Contenha-se, Julieta, a bibliotecária está olhando para nós, e de cara feia... Chega mais perto de mim... “Chama-me apenas ‘amor’ e serei de novo batizado”...

- Romeu, Romeu, porque sois tão Don Juan?

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- Fernando Pessoa escreveu certa vez:

Não me arrependo do que fui outrora

Porque ainda o sou.

Só me arrependo de outrora te não ter amado.

- É isso, Robert, quero você, para sempre...

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- ...E fizemos o possível, senhora Beatriz, mas seu pai acabou não resistindo. Sinto muito.

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Rob bateu na porta levemente, dispersando-a de suas lembranças.

- Ei, sonhadora! Vamos?

- Oh, Rob... Eu estava apenas pensando... – largou o estojo de maquiagem na penteadeira- Queria que papai estivesse aqui hoje. Ele teria tanto orgulho de mim...

- Querida, eu acredito que ele está orgulhoso de você. E também acho que ele concordaria comigo que você está realmente linda. Cada dia mais...

- Eu amo você, obrigada – Beatriz beijou-o na bochecha – Rob, antes de irmos, tenho um presente pra você – entregou-lhe um pequeno embrulho – Vamos, abra-o!

- Mas é você quem deveria ser presenteada hoje – protestava, enquanto abria o pacote minúsculo – Bea, eu... – parou quando viu um pequeno par de sapatinhos de lã vermelhos – você quer dizer...

- Sim, Rob, é isso mesmo – disse, sorrindo emocionada – em breve Romeu e Julieta vão ter que aprender a trocar fraldas, fazer mamadeira...

- Bea, eu nem posso acreditar! Hoje é o dia mais feliz da minha vida!

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- Passamos a palavra à oradora da turma de 2011, Beatriz Novaes de Lima.

- Caros colegas, professores e pais... Boa noite a todos. É muito especial para mim estar aqui esta noite. Quero deixar uma palavra a vocês, para que sigam sempre fiéis a sua carreira, sem desistir, sempre lutando para tornar o nosso mundo um lugar mais digno para se viver. Certa vez alguém me deu um livro; como marcador de página havia uma rosa branca. Na página marcada, havia um trecho sublinhado. Ele dizia:

“Há uma maré nos casos dos homens... Cuja, levando à inundação, nos encabeça à fortuna... Mas omitidos, e a viagem das vidas deles está restrita em sombras e misérias... Em um mar tão cheio estamos agora a flutuar... E nós devemos pegar a correnteza quando nos for útil... Ou perder as aventuras antes de nós. Não deixem seu fogo se apagar, faíscas por insubstituíveis faíscas na troca perdida do não exato, do ainda não, do não de jeito nenhum. Não deixe o herói na sua alma se extinguir numa frustração pela vida que você mereceu e nunca pôde alcançá-la. O mundo que você deseja pode ser ganho. Ele existe. É real. É possível. É seu. Não seja ninguém além de você mesmo, em um mundo que está fazendo seu melhor, noite e dia, para te tornar outra pessoa. Esta prestes a lutar a batalha mais difícil que qualquer ser humano pode lutar e nunca deixa de lutar. Quando muitos estão sozinhos, parecendo estar só, é extremamente egoísta ficar só, sozinho”.

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Em casa, Reinações de Narizinho, Guerra e Paz, Júlio César e A Divina Comédia compartilhavam uma única prateleira da estante, a mais alta, separados dos outros. Dentro de um deles havia um bilhete. Nele estava escrito:

O único sentido íntimo das coisas

É elas não terem sentido íntimo nenhum.

(Fernando Pessoa)

quarta-feira, 1 de junho de 2011

terça-feira, 10 de maio de 2011

Sonhando ao som de Sinatra

“I've loved, I've laughed and cried,

I've had my fill, my share of losing
And now as tears subside
I find it all so amusing”
[1]

John Lennon, o beatle inteligente, nasceu no dia 09 de outubro de 1940. Dizem que ele nasceu em meio a um bombardeio dos alemães em Liverpool, norte da Inglaterra. Essa informação seria primordial se eu estivesse escrevendo uma biografia rápida sobre a vida do beatle... Mas, infelizmente, não estamos.

A razão que leva essa ilustre persona a aparecer por aqui, é que alguém que o admira muito e o tem como uma inspiração para sua vida, nasceu exatos 51 anos depois, em 9 de outubro de 1991. Sim, sou eu! Nasci à meia hora do dia, bem pesadinha, tendo retardado ao máximo o momento do meu nascimento. Mas, é claro, a história não é tão simples assim.

Eu vim de duas famílias consideravelmente distintas entre si. Minha avó paterna era uma catarinense de gênio forte, que viveu muito e de maneira brava. Ela adorava contar-me sobre as histórias de seus pais, sobretudo de sua mãe, que defendia a família com unhas e dentes. Já a minha avó materna foi uma professora admirada e amada por todos; um misto de força e doçura, raramente encontradas em alguém. Depois que essa minha última avó faleceu, é que eu fui compreendê-la de todo. Vovó Italita era uma sonhadora, adorava ler romances. Quando eu era bem nova, costumava passar muito tempo em sua casa. Eu adorava quando, à noite, ela pegava o livro de contos de fadas e lia pra mim, sempre dramatizando e explicando, com uma calma que só mesmo uma professora que já é avó, poderia ter. Ao chegar à adolescência eu adotei para mim um hábito dela: a leitura de romances. Passei a sonhar em ter uma vida parecida com a das heroínas dos livros que nós líamos: independentes e felizes para sempre.

Depois que vovó Italita faleceu de forma dolorosa, após ter lutado contra o câncer durantes dois anos, é que eu compreendi que ler romances era uma forma de escapar da realidade em que ela vivia: um casamento infeliz e sem amor. Ela buscava nos livros, o que não tinha na vida real.

Um pouco desse comportamento, acabou por se refletir em mim, embora eu acredite que tenha nascido uma sonhadora nata. A partir do momento que eu perdi minha avó materna, eu passei a dar mais valor à vida, a vivê-la de forma intensa. Isso leva minha mãe a dizer muitas vezes que eu vivo em um mundo a parte. Talvez seja isso mesmo.

Essa menina sonhadora nasceu em Caxias do Sul, e ali vive desde então.

É óbvio que as leituras de vovó Italita para mim dariam frutos. Meu pai conta que, aos três anos de idade, eu pegava livros infantis, e de tanto ouvir aquelas histórias, eu acabava decorando-as e fingindo que as lia, repetindo as mesmas palavras que o livro trazia e geralmente assombrando quem presenciava a cena e não sabia que eu decorara a história. Quando entrei na escola, aprendi logo a ler, e tornei-me freqüentadora assídua da biblioteca. Desde então, esse lugar transformou-se em um dos meus preferidos, como se em meio aos livros, eu me sentisse mais próxima de mim mesma e dos personagens que me encantam, e até mesmo irritam de vez em quando.

Assim eu vivi meus anos escolares, e quando chegou a hora de escolher um curso na faculdade, a escolha pareceu-me óbvia. Eu me dei conta de que tudo o que eu queria era ser como a minha avó, fazendo com que as pessoas se apaixonassem pelo mundo da leitura, da mesma forma que ela fez comigo e com boa parte de seus alunos.

E assim, optei pelo Curso de Letras, e cá estou eu, falando sobre a minha vida, ouvindo cançõ estou eu, falando sobre a minha vida, ouvindo cançundo da leitura, da mesma forma que ela fez comigo e com boa parte de seus aes de Frank Sinatra, que eu poderia, com toda certeza, considerar como sendo a trilha sonora da minha vida. É claro que vivi momentos bons e maus. Tenho ótimos amigos, uma família maravilhosa... Mas, acontece que eu acabei idealizando, de alguma maneira, a minha vida. É como se eu vivesse em um filme como "Cantando na Chuva", um musical onde todos são felizes, dançam na rua e começam a cantar de uma hora para outra:

"What a glorious feeling
I'm happy again
I'm laughing at clouds
So dark up above
The sun's in my heart
And I'm ready for love"[2]

Vivo dessa maneira, feliz ouvindo meus discos de vinil, com meus livros e filmes, e pessoas queridas. Vivo feliz.



[1]Eu amei, eu ri e chorei
Tive minhas falhas, minha parte de derrotas
E agora enquanto as lágrimas descem
Eu acho tudo tão divertido”.

(“My way”, Canção de Frank Sinatra)

[2]Que sentimento glorioso
Estou feliz novamente
Estou sorrindo das nuvens,
tão escuras lá em acima
O sol está em meu coração
E estou pronto para o amor”

(Canção do filme “Cantando na chuva”, de 1952).

segunda-feira, 2 de maio de 2011

O Ministério da Saúde adverte: Assistir filmes com Sophia Loren faz você ficar com vontade de arrancar uma costela ou duas.




Pois é, eu tenho uma mania terrível: não consigo passar na frente de uma prateleira de dvds, sem parar meia hora pra procurar algo. E o que é pior, eu sempre acho.
Foi o caso de O Escândalo da Princesa, ou, em bom português, A Breath of Scandal. A marota aqui estava no Centro a trabalho, e não pôde evitar parar no sebo. Estaquei ali, é claro. Entre uma e outra pérola, vislumbrei o rosto inconfundível de Sophia Loren. Nem pensei muito. Por míseros sete reais, levei o dvd pra casa. Ok, e tempo pra assistir? Com uma pilha de filmes alugados, baixados, roubados no meu quarto me esperando, o que eu posso fazer? É o vício.
Bem, essa história toda deu-se há um mês atrás; somente nesse sábado que passou, eu pude assistir o bendito filme.

No começo, eu imaginei algo um tanto diferente. Sophia machona, dando uns tiros aqui e acolá. Mas, no momento em que John Gavin (lindo, meu Deus!) entrou em cena, eu peguei o espírito todo, e (pasmém!) me identifiquei com Olympia (a personagem de Sophia Loren). Ok, call me, Salomé!
Não vou entrar em explicações sobre isso. Só digo que amei o filme, e pude dar boas risadas (e suspiros, no caso de John Gavin), com ele. Os conselhos super sagazes da mãe de Olympia e o gênio único do pai, o Príncipe Philip (Maurice Chevalier)... Ótima indicação para um fim de semana descompromissado (não era o meu caso), engraçado e para corações derretidos igual ao meu.

Só uma coisinha é que ficou pendente no fim:

I wanna be Sophia Loren!



quinta-feira, 31 de março de 2011

Raio, estrela e luar


Olha, eu ainda fico abismada com certas coisas.

Ontem, no nível máximo do ócio, eu entro no site "O Fuxico". Já de cara, o que eu leio?

"Chega ao fim o 551968º casamento de Gretchen".

Minha reação?

- KSADHSADHKSADASDHASFDJKHDAFJKFSKAJFBDAKJDFDFDFHG danço conga dando rodadinhas KJDAHSDKJHSADKJHAFKSDFHDFDFAFASFDSAHFN.


Um pouco depois desse ataque singelo, fico sabendo que a Danielle Winits (sei lá como se escreve, não me interessa) se separou do garotinho, por quem ela havia abandonado o marido, e de quem estava grávida. Houveram muitas demonstrações de amor exacerbado na mídia, do tipo "ALWAYS AND FOREVER", e eu pensando: logo isso acaba e daí quero só ver.
Dito e feito: a criança das criaturas nem nasceu, e os caras já se separaram. Coitadinha da Dani, né? -N

O amor virou algo totalmente banalizado, algo como EU AMO VOCÊ, ELA TE AMA, TODOS SE AMAM; e a gente vê cada coisa, viu?
Por isso eu acho cada vez mais difícil acreditar no amor, ô coisa difícil.

Como você vai saber se o meliante te ama de verdade ou só quer ter um romance do tipo Castelo de Caras?

Prefiro não arriscar.

Pasmém!



Oh, Deus, esse blog existe (!!!!!!!!!)

Eu nem lembrava dele, porque eu tenho um vício lindo: eu crio blog, posto meia dúzia de linhas, e sumo. Pois é, Brasil.
Vou tentar reativar issaqui.

Me aguardem (risada da Endora ao fundo).

Beijinhos.